A Plataforma Basta de Touradas denunciou às autoridades portuguesas a realização de um espetáculo tauromáquico ilegal, na praça de touros de Vila Boim, que estava marcado para o próximo dia 12 de novembro de 2022.
A “Aula prática de toureio” previa a atuação de várias crianças, alunos das escolas de toureio da Azambuja e Montijo bem como uma demonstração de pegas do Grupo de Forcados Académicos de Elvas.
Segundo informação constante no cartaz estava ainda prevista “uma surpresa taurina para os mais novos“, e serviço de bar com venda de bebidas alcoólicas. Como é habitual neste tipo de eventos ilegais, o cartaz também advertia que “a organização não se responsabiliza por acidentes“.
A denúncia foi apresentada à IGAC – Inspeção Geral das Atividades Culturais, Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho (devido à atuação de artistas menores de 16 anos) e aos Ministérios da Cultura e Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Na sequência da denúncia, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social informou que a Junta de Freguesia de Vila Boim decidiu cancelar a realização deste evento na praça de touros desta freguesia do concelho de Elvas.
A Plataforma Basta de Touradas congratula-se pelo desfecho deste caso e pelo cancelamento de um espetáculo tauromáquico que não respeitava a legislação em vigor, além de colocar em risco a saúde e segurança de várias crianças.
Recorde-se que este ano, um adolescente de apenas 15 anos morreu numa largada de touros na Moita, sem que as autoridades portuguesas se tenham pronunciado em relação a esta tragédia nem anunciado nenhuma medida para garantir a salvaguarda dos menores de idade da violência da tauromaquia.
O próprio Comité dos Direitos da Criança da ONU já advertiu o Estado Português para o perigo das touradas e largadas de touros, advertindo Portugal a impedir o acesso de menores de 18 anos – sem exceção – a qualquer tipo de evento tauromáquico.