Câmara deixará de apoiar financeiramente a promoção de touradas
Empresários tauromáquicos terão que pagar aluguer da praça de touros
“Uma nova etapa na forma como a Póvoa de Varzim se relaciona com os animais”. Foi assim que a autarquia da Póvoa de Varzim anunciou o fim do abate de animais no canil municipal e dos apoios para a organização de touradas na cidade.
Aires Pereira, Presidente da Câmara da Póvoa, revelou que o município deixará de apoiar todas as touradas que se realizem na cidade. “Era tradição a Câmara Municipal oferecer a Praça de Touros às entidades que promovem este espetáculo, ficando isentas do pagamento do aluguer da Praça de Touros. Sendo assim, todas as touradas que se realizarem na Póvoa de Varzim a partir de agora já não contarão com a aposta de dinheiros públicos”. O autarca sublinhou que “enquanto a lei permitir este género de espetáculo, a Câmara Municipal não irá proibir a sua realização, mas investir o dinheiro dos contribuintes poveiros é algo que não irá mais acontecer”.
A partir de agora, as entidades que pretendam organizar touradas na Póvoa de Varzim terão que pagar a taxa de aluguer do espaço, cifrada em 8.000 euros.
A Plataforma Basta congratula-se com o anúncio feito pelo Presidente Aires Pereira, considerando esta decisão um exemplo para outras autarquias, um louvável ato de justiça e um grande avanço civilizacional para este município.
A tauromaquia é uma atividade insustentável financeiramente, sobrevivendo graças ao recurso aos fundos públicos através de subsídios e outros apoios das autarquias locais e dos fundos da União Europeia para a criação de bovinos, que no caso da raça brava, têm como destino a praça de touros.
A Plataforma Basta, após uma extensa pesquisa, estimou em 2012 que em Portugal são usados todos os anos cerca de 16 milhões de euros de fundos públicos no apoio à atividade tauromáquica.
Sem os apoios das autarquias locais não seria possível manter esta atividade em Portugal.