Número de touradas em 2024 foi o mais baixo de sempre.
Touradas caíram 14% no ano passado e 35% nos últimos 10 anos.
Atividade está centrada na região da grande Lisboa, Vale do Tejo e interior do Alentejo.
A Inspeção Geral das Atividades Culturais publicou as estatísticas da atividade tauromáquica em Portugal Continental em 2024, verificando-se que as touradas atingiram o valor mais baixo de sempre, com 143 espetáculos tauromáquicos realizados, menos 23 do que em 2023.
Desta forma, mantém-se a tendência de queda da atividade tauromáquica em Portugal desde a temporada de 2009 quando se realizaram 313 touradas.
Recorde-se que também o público das touradas tem vindo a descer de forma vertiginosa. A 25 de setembro deste ano, o Instituto Nacional de Estatística publicou os dados referentes à temporada tauromáquica de 2023 contabilizando 239.388 espectadores em espetáculos de tauromaquia em Portugal Continental e 18.993 na Região Autónoma dos Açores, onde as touradas têm regulamentação própria. Significa que as touradas perderam 18,4% do público em Portugal continental em relação ao ano anterior, um sinal claro que as touradas estão a desaparecer no nosso país. (Os dados de público de 2024 só serão publicados pelo INE em finais do próximo ano).
Estes dados oficiais contrariam totalmente as informações difundidas pela Federação Prótoiro que continua a tentar ocultar o evidente declínio da atividade tauromáquica, mentindo à opinião pública e socorrendo-se de valores apurados sem qualquer rigor ou credibilidade sem divulgar a sua origem.
O número de touradas em Portugal só não é mais baixo porque algumas autarquias continuam a investir largas centenas de milhares de euros na compra e oferta de bilhetes para touradas, garantindo a presença de público nas praças de touros. A Câmara de Santarém, por exemplo, aumentou o investimento na compra de bilhetes para touradas em 2024, investindo 64.798 € em bilhetes para 3 touradas, o que representa um aumento de investimento de 40% em relação ao ano anterior.
Também o Governo da AD tenta salvar esta atividade anacrónica da falência recorrendo às finanças públicas e anunciando a redução do IVA dos bilhetes das touradas de 23 para a taxa mínima de 6%.
Mesmo assim, as touradas continuam em queda evidente e caminham a passos largos para a falência graças ao desinteresse da população portuguesa por este tipo de espetáculo cruel e violento.
