Opinião

Um Estado democrático e livre não pode ser compatível de modo algum com práticas desumanas, tanto para pessoas como para animais.

Neste próximo artigo vou de alguma forma tentar desmistificar as raízes e razões pelas quais a prática da tauromaquia ainda é considerada cultura em Portugal.

Ainda está no consciente coletivo do português, desde 1953, altura em que António de Oliveira Salazar a legalizou.

Como sabem Oliveira Salazar criou um regime ditatorial, cujo regime tinha princípios paroquianos, e o mesmo era desprovido de princípios humanistas, ficando fechado nas suas ideias provincianas Deus Pátria e Família, que se se recordam, é hoje em dia um dos slogans de um partido político português de extrema-direita.

Hoje em dia ainda existe crença que os valores da extrema-direita têm lugar na democracia portuguesa, que na minha opinião, se quer democrática e livre.

Um Estado democrático e livre não pode ser compatível de modo algum com práticas desumanas, tanto para pessoas como para animais.

Portanto só pelo enquadramento histórico e temporal desta prática, já se pode constatar que em pleno século XXI isto seja considerado uma atrocidade e obsoleta.

Mas hoje em dia, em 2022, ainda assistimos a práticas como estas (1953-2022) passados 69 anos.

Caros leitores, será esta prática cultura ou será uma cristalização do pensamento?

Termino com a seguinte reflexão: Meus caros, Salazar caiu da cadeira, não será altura dos seus ideais caírem também?

Constantino Sousa

Salazar numa tourada em Lisboa
Salazar e Franco assistindo a uma tourada “à antiga portuguesa” na tribuna da praça de touros do Campo Pequeno em Lisboa (23 de Outubro de 1949).

Nota: os artigos de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.