Plataforma Basta de Touradas solidária com a Câmara da Póvoa de Varzim

Câmara da Póvoa de Varzim segue dezenas de exemplos e acaba com as touradas na cidade;

Realização de tourada na Póvoa de Varzim é uma falta de respeito pela democracia e uma imposição cultural inaceitável;

Touradas foram promovidas no Norte durante o Estado Novo;

Plataforma Basta está totalmente solidária com o Município.

A plataforma Basta está totalmente solidária com a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que em 2018 decidiu reconverter a praça de touros da cidade, abdicando de espetáculos de violência e crueldade com animais, decisão que saudamos e aplaudimos.

O recente anúncio da intenção da indústria das touradas em contrariar esta decisão democrática e realizar uma tourada na Póvoa de Varzim, constitui uma arrogante provocação e mais uma tentativa de impor à força uma tradição sem raízes culturais na região norte de Portugal, e que foi introduzida nesta região durante o Estado Novo.

Póvoa de Varzim
Futuro pavilhão multiusos da Póvoa de Varzim (ex-praça de touros)

Lembramos que os órgãos eleitos na Póvoa de Varzim não só decidiram deixar de apoiar financeiramente a promoção de touradas em 2018 (que durante anos foram organizadas na praça de touros local com o apoio de fundos públicos) como decidiram dar outro destino à praça de touros, transformando aquele espaço num recinto que possa ser utilizado por toda a população durante o ano inteiro, e não apenas por alguns aficionados duas ou três vezes por ano.

Esta estratégia de provocação não é nova, e já foi tentada da mesma forma autoritária em Viana do Castelo, felizmente, sem sucesso. Apesar do investimento da indústria tauromáquica, com o apoio de algumas autarquias do Ribatejo e Alentejo que garantiram transporte gratuito para tentar atrair público aos espetáculos em Viana do Castelo, a verdade é que a democracia e a civilização acabou por vencer e hoje, Viana é uma cidade finalmente livre de touradas com uma praça de touros que será reconvertida num espaço polivalente de desporto e cultura.

Recorde-se que durante o Estado Novo, foi desenvolvida uma campanha turística de promoção das touradas de praça ao longo da costa portuguesa, nomeadamente em zonas balneares como Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Espinho, Figueira da Foz, Nazaré, etc., onde foram erguidas praças de touros. Hoje em dia esses recintos são incomportáveis e tornaram-se obsoletos porque abrem apenas 2 ou 3 vezes por ano para a realização de touradas que só se realizam devido ao apoio concedido pelos municípios. Sem o apoio das Câmaras Municipais da Figueira da Foz e Nazaré, não seria possível manter abertos aqueles recintos.

Infelizmente a indústria das touradas ainda não aceitou que as sociedades evoluem e que a democracia foi estabelecida em Portugal em 1974. A decisão da Câmara da Póvoa de Varzim, tal como a de Viana do Castelo e muitas outras em Portugal, reflete uma sociedade que já não vê os animais como “bestas” que podem ser tratados de qualquer forma, agredidos e sangrados como forma de divertimento.

Tal como em Viana do Castelo, a arrogância da indústria tauromáquica, desesperada com a falta de público, de patrocinadores e com a denuncia do uso de fundos públicos para sustentar a atividade, irá sair derrotada. A plataforma Basta não tem dúvidas que vencerá a civilização, o respeito e a empatia com os animais e manifesta publicamente o seu total apoio e solidariedade com a autarquia da Póvoa de Varzim.

Plataforma Basta. Cidadãos pela abolição das touradas em Portugal.