600 mil euros de fundos do QREN para reabilitar a praça de touros de Azambuja

Em dezembro de 2010 a Assembleia Municipal de Azambuja aprovou a reconstrução da praça de touros, numa sessão extraordinária que encheu o salão nobre dos paços do concelho. Esta decisão esteve envolta em polémica, porque constitui um avultado investimento que ronda os 600.000€ e consiste na reconstrução total do recinto, que atualmente é conhecido como a “Monumental de Zinco”, tendo em conta, que a sua estrutura é constituída por chapas de zinco e se encontra bastante degradada.

A proposta para a requalificação da praça de touros já tinha sido aprovada em reunião de câmara realizada a 23 de Novembro de 2010, com cinco votos a favor do PS e dois votos contra da CDU e da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra (PSD/CDS-PP/MPT/PPM).

A praça de touros foi interdita pelo Instituto Eletrotécnico Português (IEP) em Junho de 2010, por não
reunir as condições mínimas de segurança para a realização de espetáculos tauromáquicos.

O executivo socialista que lidera a Câmara de Azambuja foi bastante criticado pela oposição, que afirma ter dificuldade em entender como é que a Câmara, em tempo de crise, pode gastar semelhante quantia numa obra que não é considerada prioritária, quando há ainda, por exemplo, freguesias do concelho que não estão dotadas de redes de esgotos.

Dinheiro das obras devia ter sido investido em escolas

Outro motivo de polémica é o facto da verba investida na praça de touros fazer parte de um bolo de 2,5 milhões de euros que a autarquia de Azambuja recebeu do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional. Ou seja, a verba gasta na praça de touros resulta da comparticipação de fundos comunitários na construção dos Centros Escolares de Azambuja e Alcoentre (por via do plano de compensações da Ota) que deixou à empresa municipal EMIA uma quantia de 2,5 milhões de euros, dos quais 600 mil euros vão ser usados para a requalificação da Praça de Touros de Azambuja.

Na discussão do tema na Assembleia Municipal marcaram presença representantes da Poisada do Campino e do Grupo de Forcados local que tentaram desmistificar a ideia segundo a qual a estrutura é muito pouco usada e os elementos do grupo de forcados ameaçaram até entregar as jaquetas aos membros da Assembleia caso a obra não fosse aprovada.

Outro motivo de contestação a este investimento foi o facto da praça de touros acolher apenas 2 ou 3 touradas por ano com a maior parte dos bilhetes comprados pela própria Câmara Municipal.


Dos 2,5 milhões de euros recebidos pela Câmara Municipal, outros 600 mil euros vão ser gastos na
construção do parque urbano da Milhariça, em Aveiras de Cima e há ainda 700 mil guardados para o Arquivo Municipal, que vai ser instalado no então reabilitado edifício da Travessa da Rainha.

Praça de touros de Azambuja
Praça de touros de Azambuja